Mercado de trabalho oferece vagas em museus, bibliotecas, instituições privadas e públicas
Na semana passada, a vestibulanda Nikolly Ambrózio e o bibliotecário Cristiano Sardá se encontraram para um bate-papo sobre a Biblioteconomia, uma profissão voltada para quem gosta de organizar, classificar e conhecer a fundo todos os tipos de informação. Confira as indicações do profissional do Caderno Vestibular:
Opções de atuação
O campo de trabalho do bibliotecário é amplo e inclui, além de bibliotecas, arquivos do governo e de empresas privadas em geral, museus, centros de memória, editoras, veículos de comunicação, portais da internet, cartórios, entre vários outros.
O que é mais gratificante
Para Cristiano Sardá, quando você acompanha durante todo o ano um aluno que está procurando passar no vestibular, por exemplo, o auxiliando nesse processo, e no fim do ano ele procura a biblioteca para te agradecer, isso é muito gratificante.
O que é mais difícil
Se manter atualizado e não cair na zona de conforto são alguns dos principais desafios. A profissão exige bastante dinamismo, principalmente no que diz respeito aos avanços tecnológicos, como os novos softwares para catalogação de livros. A informatização das bibliotecas já foi um grande impacto na área.
Do que precisa gostar
Cristiano Sardá acredita que, essencialmente, é preciso gostar de lidar com informação. Também é importante ser organizado e gostar de leitura.
Disciplinas e tempo de duração
Os cursos de Biblioteconomia da UFSC e da Udesc, os únicos do Estado, completam 40 anos em outubro. As duas graduações têm duração de oito semestres letivos. A professora Marcia Kroeff explica que no curso da Udesc, denominado Biblioteconomia - habilitação em gestão da informação, as disciplinas são divididas em seis áreas, e cursadas em diferentes fases do curso: Fundamentação geral, com disciplinas como Introdução à Biblioteconomia e Ciência da Informação, História do Livro e das Bibliotecas. Lógica aplicada à documentação; Organização e recuperação da informação, área com disciplinas mais técnicas, como Indexação e resumos e Representação descritiva; Recursos e serviços de informação, voltada para o atendimento do usuário. Algumas disciplinas são Fontes de informação, Serviço de referência e informação e Ação cultural.
Outra área é Gestão da informação, que envolve matérias de administração como Análise organizacional, Administração de Unidades de Informação, Gestão de Bibliotecas Digitais; Tecnologias da informação é um outro grupo de disciplinas, entre as quais Planejamento e Geração de Bases de Dados e Gerenciamento Eletrônico de Documentos. Na área de Pesquisa estão disciplinas como Normalização da Documentação e Estatística, e é onde se encaixa também o trabalho de conclusão de curso, que deve ser realizado nas 7ª e 8ª fases do curso. Os alunos passam também por um estágio obrigatório na 7ª fase.
Mercado de trabalho
Para Marcia Silveira Kroeff, chefe do departamento de Biblioteconomia e Gestão da Informação da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), o mercado para o profissional formado em Biblioteconomia é muito bom, mas as pessoas não se dão conta das possibilidades. O amplo campo de atuação aumenta as oportunidades de emprego. Existem muitos concursos públicos para a área, a nível municipal, estadual e federal. Além de universidades, institutos como IBGE e IBAMA também possuem bibliotecários.
A realidade em Santa Catarina é semelhante ao do restante do país. Uma lei federal de 2010 (Lei 12.244) determina que todas as instituições de ensino, públicas e privadas, devem ter bibliotecas em um prazo máximo de dez anos, ou seja, até 2020. A exigência naturalmente levará a um aumento na demanda de profissionais para organizar e manter os acervos e atender o público estudantil.
Salário inicial
De acordo com o Conselho Regional de Biblioteconomia, não existe sindicato nem piso salarial para a categoria no Estado de Santa Catarina. O Sindicato dos Bibliotecários do Estado do Paraná (SINDIB-PR) informa que para funcionários de empresas de serviços contábeis, de assessoramento, perícias, informação e pesquisa naquele estado o piso salarial é de R$ 2.100 para 40 horas semanais. Para quem trabalha em estabelecimentos particulares de ensino, desde escolas até universidades, a remuneração é de R$ 2.972,16 para 44 horas semanais. Vagas de emprego preenchidas a partir de concursos públicos oferecem remuneração de acordo com o cargo e com o nível (municipal, estadual ou federal).
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